Pergunta Simples
Um podcast sobre comunicação. Assinado por Jorge Correia Tudo começa com uma pergunta simples. As respostas é que podem ser mais difíceis. https://perguntasimples.com/
Episodes
Tuesday Feb 22, 2022
Duarte Cordeiro | Comunicar Melhor | Pergunta Simples (Ep.71)
Tuesday Feb 22, 2022
Tuesday Feb 22, 2022
As máquinas eleitorais são uma das coisas que mais me fascinam. São na prática organizações políticas, com ideias e pessoas que querem convencer os seus concidadãos que tem uma forma melhor de resolver os problemas de todos.A máquina pode ser quase unipessoal, com a das candidaturas às juntas de freguesia. Como o candidato, a mulher, os filhos e pouco mais.Ou ser grande, nacional e envolver milhares de pessoas. Desde militantes, quadros do partido e fornecedores.Quem teve de organizar uma dessas máquinas complexas foi Duarte Cordeiro, coordenador da campanha do PS nas últimas eleições.Conquistar o poder é o objetivo de qualquer partido político.Conseguir uma maioria absoluta é o pináculo desse sonho.É que com uma maioria absoluta o partido que a conquista conseguirá aplicar sem ter de fazer grandes concessões o programa eleitoral com que se candidatou.O sistema eleitoral português está feito para dificultar a conquista de maiorias absolutas.A começar pela forma de distribuição proporcional de deputados eleitos por círculo. Ao contrário de outros sistemas onde o partido vencedor de um círculo elege um representante e os outros nada.Nas últimas eleições o partido vencedor conquistou 41,5% e até agora 119 deputados. Faltam atribuir os 2 mandatos do círculo europeu.O homem escolhido por António Costa para organizar a campanha eleitoral foi Duarte Cordeiro.Ele passou os últimos anos na posição de Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares como negociador entre os partidos e o governo. Em particular a dura negociação do orçamento do estado.Mas não só. Tinha outra missão: perguntar aos ministros se cumpriam o acordado com os partidos da oposição.Esta conversa é também sobre negociação. Entre agendas, pessoas, objetivos e sobre sincronismo.
Tuesday Feb 15, 2022
Luis Paixao Martins | Comunicar Melhor | Pergunta Simples (Ep.70)
Tuesday Feb 15, 2022
Tuesday Feb 15, 2022
Ganhar três maiorias absolutas é obra.E o feito não está no currículo de nenhum político, mas sim de um homem da comunicação. Luís Paixão Martins era o estratega da comunicação do PS e do candidato António Costa nas últimas eleições.Dirá ele, entre a sua visão da verdade, alguma humildade e uma fina ironia, que apenas foi o consultor.Como se alguém, que não ele, criasse o plano de batalha de comunicação que levou à maioria absoluta socialista.Sim, a campanha era dirigida pessoalmente pelo candidato e experiente político, mas também "marketeer" António Costa, mas por alguma razão o reeleito primeiro-ministro o foi buscar à pacata reforma em Idanha-a-nova. Luís Paixão Martins tem um histórico, esteve no papel do estratega de comunicação na segunda eleição de Cavaco Silva como Presidente da República e com José Sócrates na primeira maioria de sempre do PS. Agora esteve na maioria de António Costa.Mas a política é apenas uma parte do seu percurso. Locutor e jornalista desde 1971 e relações-públicas a partir de 1986 ele cria a LPM uma empresa que introduz o conceito de comunicação híbrida entre organizações e grande público.Mas finda a campanha, aproveitei o pretexto para ver por dentro os segredos de uma batalha eleitoral, mas não só.Esta conversa tem uma metalinguagem. Tem que é dito, o não dito e o sugerido.É sobre boa comunicação, controlo da mensagem e motivações.
Tuesday Feb 08, 2022
Duarte Nuno Vieira | Comunicar Melhor | Pergunta Simples (Ep.69)
Tuesday Feb 08, 2022
Tuesday Feb 08, 2022
Hoje vamos falar muito do silêncio.De fazer perguntas a quem já não consegue responder de viva voz.Mas dá respostas. E essas respostas são pistas para descobrir a verdade.Caminhos que explicam o que aconteceu a alguém num determinado momento.Sim, hoje vamos falar de ouvir os mortos.Mas não só.Todos já vimos as séries com os CSI nas televisões.O trabalho da polícia cientifica é muito esse: descobrir pistas, contextos, tempos e factos que ajudem a esclarecer um crime.E aqui a medicina legal e forense dá uma grande ajuda.Duarte Nuno Vieira é um especialista nesta área com trabalho feito em meio fundo.Da autópsia mais simples, se é que há isso de autópsia simples, até à investigação de casos de tortura algures no globo terrestre.E a minha curiosidade em pulgas para saber como se interrogam aqueles de quem já não podem usar as palavras.Os mortos falam?
Tuesday Feb 01, 2022
Desiderio Murcho | Comunicar Melhor | Pergunta Simples (Ep.68)
Tuesday Feb 01, 2022
Tuesday Feb 01, 2022
Saber a causa das coisas é um dos principais motores da curiosidade humana.As dúvidas filosóficas são uma maneira de organizar o nosso mundo.Quem somos?De onde viemos?Para aonde vamos?Mas convidar um filósofo para esta edição teve uma motivação inicial:Saber se estamos a usar bem as ferramentas do entendimento e decisão para construir um país melhor. Um mundo melhor.
E chegamos a dois temas em que o filósofo Desidério Murcho tem pensamento e fala habitualmente.Estou a falar da lógica, pois claro, da lógica, do raciocínio lógico.E das falácias.Sim, isso mesmo.Das coisas que se dizem e nos parecem verdadeiras, mas são falsas.Sim, declarações que juntam a retórica com retalhos de lógica, pouco lógica.No fundo, comunicação pouco verdadeira ou com intenção de manipular.
Tuesday Jan 25, 2022
Isabel Nery | Comunicar Melhor | Pergunta Simples (Ep.67)
Tuesday Jan 25, 2022
Tuesday Jan 25, 2022
Este é um programa cheio de histórias e narrativas cruzadas.Não fora a convidada uma jornalista, escritora e investigadora do jornalismo que se faz.Isabel Nery escreveu, por exemplo, a biografia de Sophia de Mello Breyner e como doente, súbita e urgente, descreveu o que sentiu deitada numa maca, sem ninguém acertar com o diagnóstico.Durante vários anos escreveu na Visão.E escreveu num modo que junta factos, dos quais os jornalistas são escravos, com uma escrita praticamente literária.Estes rios de experiências, formas de ver e contar o mundo, redundaram na tese de doutoramento que defendeu recentemente.A tese avalia o impacto que os textos jornalísticos têm em nós.Comparando textos escritos da forma mais comum, das notícias do dia-a-dia, com textos do chamado jornalismo literário.São, por exemplo, as crónicas escritas em grandes reportagens.Se leram Ernest Hemingwey está lá tudo.Todavia não são romances. São descrições de factos e emoções reais.Neste caso usando uma das mais belas descrições de um dos mais terríveis acontecimentos da humanidade: o retrato da vida dos sobreviventes (e vítimas) da bomba atómica em Hiroxima, no Japão.Este é um programa sobre a honestidade subjetiva da fórmula jornalística moderna.
Tuesday Jan 18, 2022
Henrique Barros | Comunicar Melhor | Pergunta Simples (Ep.66)
Tuesday Jan 18, 2022
Tuesday Jan 18, 2022
Hoje é dia de falar da pandemia.Uff! Dizem vocês.Sim, Uff! Digo eu.Já estamos todos mais do que fartos do bicho, da vida parada, dos mil cuidados.Mas é a vida.E a nós calhou-nos na rifa existencial levar com um vírus que se espalhou pelo mundo, que atingiu pessoas, famílias e empresas.
Um vírus que mata. Que continua a matar.
Mas este é um programa sobre comunicação.Como falamos e entendemos a pandemia?Como aceitamos ou protestamos contra as restrições?Como somos mais prevenidos ou pelo contrário mais avessos a medidas de proteção da saúde de todos nós.
Tudo isto é comunicação.E as sociedades criam diálogos internos que evoluem depois para consensos gerais.Nesta edição falamos de epidemiologia, de regras e de liberdade.
As televisões, rádio e jornais encheram-se de especialistas, pseudoespecialistas, bons falantes ou simples oportunistas.Todos seguiram a maré da pandemia para aproveitar as luzes dos focos mediáticos.
E este fenómeno fascina-me.O simples facto de existir uma câmara ligada, um microfone apontado ou um ouvido atento de um jornalista gerou uma torrente de explicadores, opinadores ou, na pior das hipóteses, de manipuladores da opinião pública.
Deixe-me separar estas personalidade em dois grupos: aqueles que tem um saber próximo das áreas sobre as quais dão respostas públicas e aqueles que tem exposição mediática gratuita e permanente por isso aproveitam para falar da espuma dos dias.
Há ainda outra divisão: os que apenas querem encher ego e vaidade pessoal com pós de maquilhagem e luzes fortes. E os outros, que usam o espaço para distorcer, manipular ou criar perceções falsas nos recetores da mensagem.
Excluo claro desde já os que sabem mesmo do que falam.Porque estudaram. Porque pensaram.
Pensando nisto tudo decidi telefonar a um dos mais conhecidos, reputados e sabedores da arte da saúde pública.Da defesa da saúde pública.E como sabemos que estamos a falar com um sábio?Além do reconhecimento dos pares, da produção cientifica e do trabalho feito há mais uma característica: dizerem muitas vezes a frase: “não sei”.O que me gera logo a vontade de perguntar “Então quem é que sabe?”Falei com Henrique Barros. Ele dirige o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.Passa a vida a explicar aos decisores públicos como atuar em situações com a atual pandemia.E eu carreguei-me de optimismo na esperança que para que a crise que vivemos pudesse ter algo para aproveitar
A pandemia pode afinal ainda durar mais do que tínhamos esperado.O vírus mostra diariamente que é global.E mesmo em países como o nosso, com uma cobertura vacinal praticamente total, com um mundo a descoberto há sempre novas variantes à espreita.E na comunicação palavras como ameaça, medo e morte tem sempre uma força grande.Mas liberdade, democracia e vontade de viver na comunidade também tem.Haja esperança.
Tuesday Jan 11, 2022
Cláudia Pinto | Comunicar Melhor | Pergunta Simples (Ep.65)
Tuesday Jan 11, 2022
Tuesday Jan 11, 2022
O jornalismo de causas é um género pouco praticado por cá.São histórias de pessoas que de forma tantas vezes heroica conseguem superar-se dia a após dia.
As histórias de superação são sempre atrativas para qualquer audiência.Tem sempre um condimento de vulnerabilidade extrema a par da superação.
E nem todas acabam bem. Ou sequer ganham espaço na imprensa.
Para conversar sobre estas histórias convidei uma boa amiga, jornalista "freelance", e uma das pessoas que mais conta este tipo de histórias.
Cláudia Pinto não tem um emprego com secretária numa redação principal de um jornal.O que faz é encontrar boas histórias e depois propo-las aos editores de várias publicações.
Ou então transformar essas histórias em livros, ou diretos no Instagram com a marca “No intervalo da vida”.
Muitas destas histórias são sobre casos de saúde.E algumas deixaram cicatrizes fundas em quem as escreveu. Afinal escrever notícias implica honestidade, mas nem sempre neutralidade asséptica.
As grandes histórias estão sempre aí para serem descobertas e contadas.E vale aprender algumas das técnicas que ouvimos neste programa.Ouvir os outros, fazer parte da sua história e contar com emoção o que levamos de cada conversa.Já imaginaram se conseguíssemos fazer isso em todo e qualquer momento da nossa vida?Adeus monólogos aborrecidos.Adeus reuniões monocórdicas.Adeus pessoas vazias de sentido e poesia.
É como as grandes histórias: são utopias para perseguir todos os dias.
Pensem nisso quando tiverem que falar a outras pessoas.Criem um momento único e inspirador.
Tuesday Jan 04, 2022
Antonio Costa Pinto | Comunicar Melhor | Pergunta Simples
Tuesday Jan 04, 2022
Tuesday Jan 04, 2022
Este é o mês da campanha eleitoral.Dia 30 de janeiro vamos a votos.São as eleições legislativas.Vamos eleger 230 deputados.E desta eleição nasce o apoio ao governo escolhido para os próximos 4 anos.
Então, o que nos dizem os políticos?O que nos dizem os candidatos?Os partidos?As correntes ideológicas?
Os partidos políticos têm como objectivo principal chegar ao poder.E para isso precisam de conquistar votos dos eleitores.Para isso tem narrativas.A maneira como nos contam a sua história.Como se apresentam na busca da confiança dos eleitores.Além das ideias, oferecem candidatos.Aqueles que querem merecer a confiança dos cidadãos.É dessa mistura de pessoas e ideias que se faz os projetos de poder e governação.Esta edição serve para entender melhor a maneira como os políticos comunicam connosco e como nós entendemos as suas mensagens
Tuesday Dec 28, 2021
Rui Neves Moreira | Comunicar Melhor | Pergunta Simples
Tuesday Dec 28, 2021
Tuesday Dec 28, 2021
A Organização Mundial de Saúde reconheceu um hospital português pelas suas boas práticas na comunicação em benefício da saúde pública.
O hospital de S. João no Porto viu reconhecidas em bom rigor 3 áreas: as urgências, os cuidados intensivos e o departamento de comunicação.
Dois serviços de medicina pura e dura, e o serviço que assegura a voz do hospital.
É neste serviço que mergulhamos nesta edição.
Para saber como se organizou um hospital-cidade com 6 mil pessoas a trabalhar para falar com a comunidade.
Os tempos são de COVID por isso muita da informação gerada foi fixada neste tema da agenda pública.
No total do ano 2020 foram geradas mais de 18 mil notícias com fonte ou base no hospital de S. João. Mas mais de 40% das notícias nada tiveram que ver com a COVID. Foram outras histórias.
Este programa não é só sobre comunicação pública. É também sobre preparação, coordenação, antecipação e liderança.
A boa ou má comunicação é normalmente sintoma da saúde de qualquer organização.
Rui Neves Moreira tem a seu cargo as relações com a imprensa.
E partilha alguns dos segredos da maneira de funcionar da equipa de comunicação.
Das regras básicas de transparência e honestidade ao treino nos porta-vozes e à sua resposta ágil e rápida.
E a sobrecarga de gerir horas com 50 chamadas perdidas e incontáveis mensagens.
Um retrato da célula de crise do Hospital de S. João no papel das notícias.
Tuesday Dec 21, 2021
Rita Marrafa de Carvalho | Comunicar Melhor | Pergunta Simples
Tuesday Dec 21, 2021
Tuesday Dec 21, 2021
Crime, disse ela.
Crimes, reportou ela
Crimes mediáticos, chocantes, surpreendentes, brutais, violentos, planeados ou simplesmente aconteceram.
Toda esta edição é sobre a natureza humana na sua forma mais negra, mais dramática, mais sanguinária.
O crimes, como qualquer acontecimento radical da vida humana dão grandes histórias na imprensa.
No fundo, cumprem desde logo todos os critérios editoriais que fazem de uma notícia, noticia.
Em particular os crimes que nos aconteceram. À porta de casa. Em Portugal ou envolvendo portugueses.
Mas a notícia do crime tem dois condimentos insuperáveis na narrativa jornalista: a emoção e a interrogação permanente.
Quem matou?
Quem morreu?
Porque matou?
Onde, quando, para quê?
Além das perguntas formais sobra a raiva ou a compaixão.
E tantas vezes o mistério.
Nunca sabemos ou saberemos tudo.
Rita Marrafa de Carvalho, jornalista da RTP fez uma série de reportagens e agora um livro que revista os crimes que mais impacto tiveram nos últimos anos em Portugal.
Momento para a minha interrogação primária: porque nos fascina a todos o crime?
Os mistérios da morte, da violência e da natureza humana vão sempre deixar-nos perguntas por responder.
Mas todas as histórias que ouvimos são de tal maneira avassaladoras que é impossível ficar indiferente.
Talvez o instinto de matar e o de viver estejam sempre numa luta feroz.
E a vontade de contar como somos e o que fizemos seja o instinto da comunicação em todo o seu esplendor.
Seja no olhar das testemunhas. No silêncio dos culpados ou na curiosidade dos que espreitam pelo buraco da fechadura.

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