Pergunta Simples
Um podcast sobre comunicação. Assinado por Jorge Correia Tudo começa com uma pergunta simples. As respostas é que podem ser mais difíceis. https://perguntasimples.com/
Episodes
Tuesday May 03, 2022
José Manuel Rosendo | Comunicar Melhor | Pergunta Simples (Ep.81)
Tuesday May 03, 2022
Tuesday May 03, 2022
Fazer reportagem de guerra é uma arte jornalística que exige coragem, sangue-frio e bom senso.
Diariamente há que enfrentar um dilema complexo: o que se mostra e o que se evita. O que se relata e o que se guarda só para nós?
As grandes histórias do jornalismo tem um sinal em comum: o drama da condição humana.
As histórias de vida e de morte, de desgraça e de superação são as que mais impacto tem na nossa mente.
Conta-se, quase como mantra dos repórteres de guerra, que os jornalistas são aqueles que correm para um sítio de onde todos querem fugir.
Vemos a guerra pelos olhos de quem é testemunha profissional.
Sobram as perguntas.
Como se conta uma guerra?
Como se chega lá?
Como se sobrevive?
Como se descreve?
O que sobra na ressaca da volta a casa?
Nos últimos meses vários jornalistas portugueses percorreram a Ucrânia para nos contarem a guerra com a nossa maneira de ver o mundo.
É isso que os jornalistas fazem num conflito militar como este.
Vamos à Ucrânia com o repórter José Manuel Rosendo, jornalista da Antena 1 e da RTP.
Um veterano de várias guerras e conflitos.
Do médio oriente, ao norte de África e à Europa.
Iraque, Egipto, Turquia, Líbia, Faixa de Gaza e agora Ucrânia.
Esta conversa tem segredos revelados: como se movimenta um repórter na guerra? Onde se pode ir? Quem nos ajuda?
E depois? Importa saber o que se traz na mala.
Tuesday Apr 26, 2022
Pedro Brinca | Comunicar Melhor | Pergunta Simples (Ep.80)
Tuesday Apr 26, 2022
Tuesday Apr 26, 2022
Vamos ficar mais ricos ou mais pobres?
Suspeito que a resposta não seja fácil de dar.
Talvez seja mesmo impossível.
Por mais que os economistas saibam, por melhores computadores e dados que tenhamos, a economia depende de algo incontrolável: a expectativa.
E a comunicação, em particular a perceção, joga um papel-chave.
Aprendi nesta conversa que em economia o futuro interfere com o passado. Parece estranho. Mas de facto se cada um de nós souber ou entender que vai faltar pão — mesmo que isso seja falso — logo vamos reagir e comprar pão. E talvez comprar mais pão do que precisamos. Com esse simples movimento coletivo de açambarcamento o pão pode mesmo faltar. Não porque haja escassez, mas, porque o nosso medo esgotou o que havia nas prateleiras.
Por estes tempos aparecem na minha cabeça, expressões que me lembro de quando era criança.
Por exemplo, a carestia de vida. O efeito da inflação. O preço da gasolina. E de tudo o resto. Sempre a subir.
Dos salários que pareciam que subiam muito em percentagem, mas menos que o aumento dos preços.
Estaremos de novo aí?
Está conversa é sobre economia. Como o Professor de Macroeconomia da Universidade Nova Pedro Brinca.
Para mim a economia é uma espécie de ciência oculta. Mas uma ciência oculta que me fascina.
Mas a pergunta é óbvia: vamos ficar mais ricos ou mais pobres?
Quando economia fica mais turbulenta há que poupar e investir melhor.
Embora este conselho possa provar desde já a minha incompetência a falar sobre economia.
É que os maiores danos da subida dos preços é para as pessoas mais pobres.
Quem tem menos recursos pode deixar de conseguir até comprar os bens mais básicos. Estou a falar de comida.
Mas o efeito estende-se de forma contagiosa a todas as pessoas.
Fecho com uma ideia que me deixa perplexo mostra porque nunca serei rico. Que raio de sociedade reduz cada vez mais o rendimento de quem produz batatas ou leite e pag -a mais a quem faz programas de computador ou telemóvel.
Sim, eu sei, digam comigo:
“É a economia, estúpido”
Tuesday Apr 19, 2022
Joaquim Furtado | Comunicar Melhor | Pergunta Simples (Ep.79)
Tuesday Apr 19, 2022
Tuesday Apr 19, 2022
Viva a Liberdade!Viva o 25 de Abril!Não tarda nada e comemoramos os 50 anos da revolução.Hoje é dia de falar do papel da comunicação e do seu contributo para a Liberdade.Sim, é dia de falar de liberdade de expressão, de jornalismo e de mensagens que marcaram o 25 de abril de 1974.
Com a “voz” do 25 de abril.Às 4 da madrugada do dia 25 de abril de 1974, esta voz anunciou a revolução,Portugal celebra já hoje mais dias a viver em democracia e liberdade do que os dias que vivemos em ditadura.Em poucos dias celebramos mais um aniversário do dia inaugural que Sophia de Melo Breyner desenhou em 4 versos imortais
“Esta é a madrugada que eu esperavaO dia inicial inteiro e limpoOnde emergimos da noite e do silêncioE livres habitamos a substância do tempo”
A mensagem poética cruzada com o sincopado da mensagem militar.A revolução foi teve três D’s: Democracia, Descolonização e Desenvolvimento.Os 13 anos de guerra colonial foram um dos principais motivadores do movimento dos capitães de abril.Esta conversa com Joaquim Furtado corre o tempo da Guerra Colonial, inscrita na série feita para a RTP, espreita o tempo do jornalismo atual e começa no momento zero: A madrugada da revolução dos cravos.
Tuesday Apr 12, 2022
Vitor Cotovio | Comunicar Melhor | Pergunta Simples (Ep.78)
Tuesday Apr 12, 2022
Tuesday Apr 12, 2022
A inquietação.
A inquietação que nos desassossega.
Pode ser ansiedade. Pode ser medo. Pode ser até depressão.
Não sei se vos está a acontecer, mas as notícias da guerra, em filme contínuo, provoca-me uma tensão na cabeça.
Primeiro a surpresa do início da invasão à Ucrânia.
A estupefação de ver um país invadir outro. Da ideia de guerra na Europa sair de qualquer possibilidade sensata.
Os dias passam. As notícias de coisas terríveis invadem-nos constantemente. Sempre na rádio e televisões. Ao segundo nas redes sociais. Entre a verdade e a propaganda.
E a nossa cabeça à roda.
Entre a necessidade de parar de ver e o medo de perder algo importante.
O acumular de tudo isto gera ansiedade. Gera esse desassossego que faz estragos no nosso espírito, na nossa mente.
Convidei para esta conversa o médico psiquiatra e psicoterapeuta Vitor Cotovio em busca de chaves para despressurizar.
Da guerra que sucede a uma pandemia.
Como é que acontecimentos como a guerra e a pandemia de COVID-19 nos afectam a cabeça e como nos podemos defender melhor a nossa saúde mental?
Numa conversa sobre a nossa mente na sociedade dos 5V e dos 5C.
A saber, os 5V: volume (muito), velocidade, volatilidade, voracidade e vacuidade. Numa sociedade que vive os 5C: consumo (muito), competição, concorrência, cosmética e caos.
O resultado não pode ser bom para a nossa cabeça.
Tuesday Apr 05, 2022
Maria de Belém Roseira | Comunicar Melhor | Pergunta Simples (Ep.77)
Tuesday Apr 05, 2022
Tuesday Apr 05, 2022
Estamos na semana da saúde.
Dia 7 de abril é o Dia Mundial da Saúde.
Não precisávamos de uma pandemia para nos lembrarmos quão importante é a nossa saúde.
E agradecer o facto de vivermos num país com um dos sistemas de saúde mais avançados do mundo.
Sim, estamos sempre a reclamar.
Sim, aborrece-nos que nem todas as pessoas tenham médico de família.
Ou que a consulta do especialista demore mais do que esperávamos.
Mas o SNS, os hospitais privados, as farmácias, os convencionados e o sector social oferecem uma rede redundante de cuidados de saúde que responde de forma adequada ao que precisamos.
E depois há as exceções. As coisas que tem de correr melhor. Mas são infinitamente mais pequenas que os benefícios de ter uma saúde pública, universal, e quase gratuita quando precisamos de ajuda.
Gratuita é uma palavra curiosa. Porque, a verdade é que a saúde é paga pelos cidadãos – contribuintes.
É portanto paga antecipadamente.
Com um princípio de que gosto muito: para o SNS cada um paga conforme o que pode e recebe cuidados conforme precisa.
São os princípios que nos dão uma bússola e um mapa para navegar.
No caso dos países democráticos liberais, como o nosso, há leis e regras universais a que todos estamos igualmente sujeitos.
E essas regras são vitais.
Esta conversa com Maria de Belém Roseira, jurista, humanista, duas vezes ministra e pessoa muito atenta aos direitos, liberdades e garantias era para ser sobre saúde. E tudo o resto.
Mas o não respeito pelo direito internacional no caso da guerra em curso obrigou a começar por aqui.
Tuesday Mar 29, 2022
Nelson Olim | Comunicar Melhor | Pergunta Simples (Ep.76)
Tuesday Mar 29, 2022
Tuesday Mar 29, 2022
O olhar de um cirurgião de guerra português sobre o trabalho dos médicos em situação de catástrofe como as guerras e conflitos, mundo fora.
A guerra na Ucrânia é apenas mais uma para Nelson Olim.
Médico-cirugião português com passagens pela Cruz Vermelha Internacional e agora Organização Mundial da Saúde.
Ele, como ninguém, aprendeu que o bisturi consegue reparar alguns feridos, mas nunca todos.
Como cirurgião de guerra responde no meio do caos. Ordenado por um método escrito num livro sem palavras onde lhe cabe escolher que ferido deve ser operado primeiro.
Também que muitos dos não escolhidos vão morrer.
Por os ferimentos serem extensos.
Porque as equipas médicas não chegam.
Porque as balas, granadas, mísseis, obuses e outros engenhos foram feitos para matar.
E nem os deuses conseguem parar esta carnificina.
As Ucrânia é só mais uma história na vida das guerras dos humanos.
Nelson Olim perdeu a conta às missões.
Esteve, por exemplo, no Iémen, Sudão do Sul, Nigéria ou Afeganistão.
Nesta conversa recolho o seu olhar sobre as imagens que nos chegam da guerra na Ucrânia.
Sobre a maneira como as equipas médicas respondem. Como comunicam entre si.
Como sobrevivem e ajudam a sobreviver.
Tuesday Mar 22, 2022
Rui Mergulhão Mendes | Comunicar Melhor | Pergunta Simples (Ep.75)
Tuesday Mar 22, 2022
Tuesday Mar 22, 2022
Hoje é dia de tirar-vos a "pinta".
Conhecem a expressão: tirar a "pinta"?
Ou, de forma mais descritiva, é um programa que explica alguns dos mistérios da avaliação quase relâmpago que fazemos das outras pessoas.
Quando comunicamos somos imediatamente avaliados pela nossa audiência.
Seja uma plateia gigante ou simplesmente um só interlocutor.
Comunicar não é um simples momento em que debitamos palavras. Ou em que pensamos, falámos e escutamos à vez.
Não, comunicar é muito mais vasto do que isso.
Grande parte da comunicação é não verbal.
Os nossos gestos, a postura, a maneira como olhamos e somos olhados.
O timbre de voz, o movimento dos olhos, da boca ou das sobrancelhas.
Tudo em simultâneo.
E nessa dança há micro expressões que reforçam a verdade das nossas palavras ou denunciam mentiras mais ou menos dissimuladas.
Há toda uma ciência à volta da interpretação destes sinais.
Muito úteis, por exemplo, para uma investigação criminal ou validação da credibilidade de uma testemunha num tribunal.
Ciência ou arte?
Tuesday Mar 15, 2022
Mónica Dias | Comunicar Melhor | Pergunta Simples (Ep.74)
Tuesday Mar 15, 2022
Tuesday Mar 15, 2022
É preciso dar espaço à Paz.
Levamos 19 dias de guerra na Ucrânia.
Com incontáveis vítimas.
Mortos, feridos.
Militares e civis.
Com imagens chocantes em todo o lado.
Somos diariamente encharcados com histórias, relatos, visões do horror.
Para fugir à guerra centenas de milhares formam uma coluna de refugiados para dentro das fronteiras da União Europeia.
A guerra é feia.
Nesta edição procuramos com Mónica Dias perceber o tabuleiro da guerra.
As motivações. As decisões e as consequências. E uma inquietante imprevisibilidade.
Ela é professora na Universidade Católica.
Mónica Dias é uma estudiosa da Paz. Nem que seja da paz imperfeita como escreve nas primeiras palavras do título do seu doutoramento.
Mas todo o saber do mundo não a impede de ficar apreensiva com esta Guerra
Monday Mar 07, 2022
Mendes Dias | Comunicar Melhor | Pergunta Simples (Ep.73)
Monday Mar 07, 2022
Monday Mar 07, 2022
Guerra.
Dizer a palavra arranha-me a garganta.
Fui tentar compreender a guerra.
Rapidamente percebi que o nevoeiro da guerra nos impede de saber muitas coisas importantes.
Num conflito a verdade é sempre uma vítima.
As partes envolvidas tem objetivos, narrativas, caras, ações e intenções.
A informação, contrainformação e a propaganda são armas usadas deliberadamente na contenda.
A conversa de hoje tenta chegar a um modo de visão mais alargada, menos emocional.
O que é difícil.
A guerra na Ucrânia é uma guerra em casa.
Isso choca-nos.
A destruição. A morte de pessoas. Os refugiados.
Por que razão a guerra aparece sempre desde tempos imemoriais quando os homens não se entendem?
O convidado desta edição é um militar com sólida formação em assuntos de geoestratégia global, em relações internacionais e ciências Sociais.
É o Coronel Mendes Dias.
Ele esteve na guerra da Bósnia, a última antes desta.
A ideia inicial da conversa era falar da maneira como a comunicação é usada num conflito.
Mas tudo se alargou a uma lição de geografia e sede de poder ao longo da história.
A zona da Ucrânia e da Polónia foi sempre palco central da cobiça de vários impérios.
Dos Vikings, aos Romanos e otomanos, aos nazis e aos russos. Aquelas fronteiras foram mil vezes redesenhadas. Milhões de pessoas sofreram.
Mas agora vemos o conflito ao vivo e em direto.
Nas redes sociais. Na televisão.
Por isso a pergunta que mais me inquieta: como explicamos a guerra às nossas crianças?
Logo agora que todos lhes tínhamos prometido paz, educação, prosperidade e felicidade.
A pergunta que me sobra não tem resposta fácil.
Como se resolve este problema?
Como se calam as armas?
Como se protegem os indefesos?
Como voltamos a algo parecido com a normalidade?
Quatro perguntas ao invés de uma.
A diplomacia e a comunicação tem agora um papel-chave.
Tuesday Mar 01, 2022
Filipe Duarte Santos | Comunicar Melhor | Pergunta Simples (Ep.72)
Tuesday Mar 01, 2022
Tuesday Mar 01, 2022
As alterações climáticas são um tema sério e sentido diariamente.
Apesar de tudo, fingimos preocupação, mas pouco fazemos pessoalmente.
Por que razão não estão as mensagens do clima a ser eficazes?
Neste inverno em que faz sol.
Demasiado sol.
E quase nada de chuva.
Vemos a consequência: seca.
Com isso começamos a perceber melhor aquilo a que os mais entendidos chamam alterações climáticas.
O tema é sério. E pouco falamos dele.
Ou melhor, falar, falámos. Mas mudar hábitos ou comportamentos é francamente mais difícil.
Falar de alterações climáticas é falar da vida dos nossos netos.
Assim dito até parece estranho.
Mas se pensarmos que abusar do carro, consumir e deitar fora sem regra ou desperdiçar sem freio tem um impacto nas próximas gerações, então podemos começar a ficar angustiados.
Quando combinei esta conversa com Filipe Duarte Santos tinha uma ideia de pergunta inicial para abrir o caminho: por que razão num tema tão importante, as mensagens não passam?
Sim, todos vemos os efeitos do aquecimento global.
Sim, todos estamos a sentir, a ver a olhos vistos, as barragens a secar , as florestas a arder e o mar a subir.
Sim, aqui, em Portugal.
Não num sítio longínquo. Não noutro povo.
E, todavia todos continuamos na mesma vidinha.
É um facto que vamos reciclando. Que os sacos plásticos do supermercado já tem alternativas reutilizáveis. Que os passes dos transportes públicos são agora mais acessíveis.
Mas o uso do automóvel é permanente. Cada vez há mais carros. Mais estradas boas e cidades com demasiadas pessoas concentradas.
A agricultura consegue produzir alimentos em vários ciclos anuais, com consumos de água astronómicos e a industrialização, por exemplo, da eletrónica inventa aparelhos que se cansam num par de anos, porque há outro novo na loja.
E porque não ligamos as duas coisas na nossa cabeça? As nossas escolhas enquanto sociedade e os efeitos que eles têm no planeta-casa-terra?

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